Café adulterado: os males que podem causar a sua saúde

O café é uma das bebidas mais consumidas no Brasil e no mundo, símbolo de energia e tradição. Mas será que todo café que chega à xícara dos brasileiros é realmente puro? Nos últimos anos, denúncias e investigações têm revelado um problema preocupante: a adulteração do café, popularmente chamado de “café fake”. A prática envolve misturas que vão muito além dos grãos torrados, podendo incluir milho, soja, cascas e até impurezas prejudiciais à saúde.

Como o café é adulterado?

Os métodos para adulteração do café variam, mas geralmente envolvem a adição de produtos mais baratos para aumentar o volume e reduzir custos de produção. Entre os elementos mais comuns encontrados em análises laboratoriais estão:

  • Milho e soja torrados: usados para aumentar o peso da mistura, reduzindo a quantidade real de café.
  • Cascas e paus do próprio café: resíduos que deveriam ser descartados, mas que são moídos e misturados ao produto final.
  • Carvão e outros resíduos queimados: substâncias que ajudam a escurecer a mistura, dando a falsa impressão de um café forte e encorpado.
  • Açúcar queimado: utilizado para mascarar sabores indesejáveis e aumentar o volume da mistura.

Essas adulterações podem passar despercebidas pelos consumidores menos atentos, mas comprometem a qualidade da bebida e podem afetar a saúde. A presença de resíduos carbonizados, por exemplo, pode conter substâncias tóxicas ligadas a problemas digestivos e até cancerígenos.

O impacto da fraude para o consumidor

Além da questão financeira – afinal, o consumidor está pagando por um produto inferior ao que acredita estar comprando –, há preocupações com a saúde. Especialistas alertam que grãos de café de baixa qualidade, combinados com impurezas, podem conter altos níveis de acrilamida, um composto potencialmente cancerígeno formado durante o processo de torra.

Outro problema é a presença de toxinas produzidas por fungos, conhecidas como ocratoxinas. Quando grãos defeituosos ou mal armazenados são usados na produção de café adulterado, o risco de contaminação aumenta. Essas toxinas podem afetar os rins e o fígado, tornando o consumo contínuo uma preocupação para a saúde a longo prazo.

Como identificar um café de qualidade?

A boa notícia é que há formas de evitar o consumo do chamado “café fake”. Aqui estão algumas dicas essenciais para identificar um produto de qualidade:

  1. Verifique a procedência: prefira marcas conhecidas e produtos com certificação de qualidade, como o selo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).
  2. Observe a cor e textura do pó: cafés muito escuros podem indicar torra excessiva ou presença de resíduos queimados. Um pó muito fino e homogêneo pode ser um indício de mistura com impurezas.
  3. Faça o teste da água: coloque uma colher de café moído em um copo com água. O café puro boia ou se dissolve lentamente, enquanto misturas com impurezas tendem a afundar rapidamente.
  4. Atente-se ao aroma: cafés adulterados podem ter um cheiro mais fraco ou artificial, diferente do aroma intenso e característico do café puro.
  5. Prefira grãos inteiros: comprar café em grãos e moer em casa reduz as chances de adulteração. Se houver grãos quebrados ou de aparência muito irregular, desconfie.

O que diz a legislação brasileira?

A legislação brasileira estabelece padrões rigorosos para a produção e comercialização de café. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Ministério da Agricultura monitoram o setor, realizando fiscalizações e aplicando sanções contra empresas que vendem café adulterado. No entanto, fraudes ainda ocorrem, especialmente em marcas desconhecidas ou produtos vendidos informalmente.

Em novembro de 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou um alerta aos consumidores sobre o risco de sete novas marcas e lotes de café torrado que foram desclassificados após serem considerados impróprios para o consumo, devido à presença de matérias estranhas e impurezas acima do limite permitido.

Conclusão: atenção ao que você consome

O café faz parte da rotina de milhões de brasileiros, mas é fundamental estar atento à qualidade do produto que chega à sua mesa. O “café fake” não apenas engana o consumidor financeiramente, mas pode trazer riscos à saúde. A melhor defesa é a informação: verificar a procedência, conhecer a marca e prestar atenção nos sinais de adulteração são passos essenciais para garantir um café puro e seguro.

Agora fica a pergunta: você já desconfiou da qualidade do café que consome? Compartilhe essa informação e ajude mais pessoas a não caírem nessa fraude!

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